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Tenho uma amiga que está fazendo um curso de Design de Interiores.
Ela defende que a casa tem que ter a cara d@ don@. E é adepta do “do it yourself”.
Concordamos [quase] plenamente no primeiro item e discordo totalmente do segundo. Sou a favor de contratarem um profissional - sempre. Estou puxando sardinha pra minha brasa? Claro! Gosto do que eu faço, preciso trabalhar e quero é mais... Independente deste ponto interesseiro, existem outros pontos a serem discutidos.
Não acho que uma casa, para ter a cara d@ don@, tem que, necessariamente, ser feita por el@ mesm@.
Minha amiga tem um olho excepcional / brilhante para a decoração, o design, a arte, apesar de sua primeira formação ser em Farmácia. Mas essa não é a regra. A maioria das pessoas não tem esse olhar, e algumas sequer tem interesse em adquiri-lo (é uma coisa que se aprende, claro).
Há profissionais que têm um estilo definido e só conseguem fazer aquilo? Sim (alguns fazem sempre o mesmo por falta de competência mesmo).
Aí temos várias situações. Primeiro, a escolha do profissional. Acho que devemos respeitar os gostos dos clientes e traduzir os seus desejos (o que nem sempre se consegue da maneira que eles imaginam ou propõem. Já tive um caso em que ele queria uma cozinha “rústica” e ela queria colocar uma geladeira de aço inox.). Se o projeto apresentado não está de acordo, é necessário repensá-lo. Para tanto, é necessária a participação efetiva do cliente.
Se @ cliente escolhe aquele profissional que tem estilo próprio, é porque gosta daquele estilo ou quer o status que a assinatura dele confere ao projeto. Como há quem não queira a peça mais adequada para a sala mas, sim, uma peça assinada, porque acha que isso lhe fará parecer importante. Nesse ponto não dá para interferir, é uma questão para el@ resolver com a consciência del@ ou no divã do analista.
Por mais que um projeto, num primeiro momento, possa ficar com cara de showroom (tudo novinho), com o tempo as pessoas vão se apoderando do espaço. É a compra de um porta-retrato a mais, é um outro livro que se coloca na estante, é a troca do arranjo floral e tudo vai ficando mais pessoal.
Até que as alterações tiram a harmonia do espaço e começa a incomodar, sendo necessário um novo projeto.
Se a pessoa quer apenas pintar a casa ou pendurar um quadro, é simples (embora até para isso, às vezes é bom chamar um profissional), mas um projeto de interiores vai muito além disto. Há escolhas de cores, texturas, matérias e disposição do mobiliário, uma solução para a circulação, a insolação, o conforto. Por mais que se tenha regras para isto, em alguns casos é justamente a quebra da regra que dará a melhor solução, ou aquele plus.
O profissional, dependendo da sua experiência, poderá achar soluções criativas, até por conhecer os materiais e saber como funcionou a aplicação em diversos casos.
Quando minha amiga folheia revistas, ou pesquisa na internet, ela está passando por uma formação. E muitas das coisas que ela vê e destaca foram feitas por profissionais. Dá para achar que ficou bonito, não dá para saber é se os clientes gostaram e se tem mesmo a cara deles.
A questão é saber transpor a idéia de um espaço para outro. O que resulta num lugar não necessariamente irá funcionar em outro, por questões de dimensões, iluminação, composição das outras peças. Por isso é necessário avaliar bem a situação e o que se pretende. Algumas pessoas quererão fazer por elas mesmas, outras... nem por isso.
Ainda bem, pois pra mim é um prazer dar forma aos desejos das pessoas.
NB - o @ entrou para dizer O ou A ou elE ou elA. coisa que aprendi com minha amiga Monix.
Aliado às muitas tarefas, há uma desorganização (que não era minha característica) para tumultuar tudo mais ainda.
Hoje, a pilha de tarefas nem é pequena, mas decidi chutar o pau da barraca e escrever este post que ronda a minha cabeça há dias.
Uma amiga perguntou-me sobre a série arq-tipografia. O porquê? As escolhas? Achei que seria bom falar aqui também.
Letra / fonte é uma coisa que me fascina. Há tempos, quando vi o nome do edifício Monte Pascoal na fachada, achei interessante a fonte manuscrita e a composição com as palmeiras. E passei a prestar atenção do uso da tipografia na arquitetura. Sempre que passo por lá parece soprar uma brisa.
Detalhes me atraem.
Tempos passaram, e quando pensei em começar a série no blog, não podia ser outra escolha a primeira.
Fiz outras fotos e, com olhar focado, outros detalhes começaram a sobressair. O material usado – latão, cobre, ferro, pintura, etc. –; baixo e alto relevo; o enquadramento na fachada; cores; a interferência da própria sombra da fonte na composição (que na maioria das vezes não acredito ser intencional). Com isto a série ganhou algumas variáveis.
Aceitando a sugestão dela, vou tentar pontuar o que me chamou a atenção ou definiu a escolha das imagens.