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"Ser-me-ia impossível dizer com que idade construí os meus primeiros papagaios de papel. Lembro-me entretanto nitidamente das troças que faziam de mim os meus camaradas, quando brincavam de "passarinho-vôa".
(Alberto Santos Dumont em "Os meus balões")
O divertimento é muito conhecido. As crianças colocam-se em tôrno de uma mesa, e uma delas vai perguntando, em voz alta: "Pombo vôa?". . . "Galinha vôa?". . . "Urubú vôa?". . . "Abelha vôa?"... E assim sucessivamente. A cada chamada todos nós devíamos levantar o dedo e responder. Acontecia porém que de quando em quando gritavam: "Cachorro vôa?"... "Raposa vôa?"... ou algum disparate semelhante a fim de nos surpreender. Se algum levantasse o dedo tinha de pagar uma prenda.
E meus companheiros não deixavam de piscar o olho e sorrir maliciosamente cada vez que perguntavam: "Homem vôa?"... É que no mesmo instante eu erguia o meu dedo bem alto, e respondia: "Voa!" com entonação de certeza absoluta, e me recusava obstinadamente a pagar a prenda.
Quanto mais troçavam de mim mais feliz eu me sentia. Tinha a convicção de que um dia os trocistas estariam do meu lado.
Entre os milhares de cartas que me chegaram às mãos, no dia em que ganhei o prêmio Deutsch, uma houve que me causou particular emoção. Transcrevo-a a título de curiosidade:
"Você se lembra, meu caro Alberto, do tempo em que brincávamos juntos de “Passarinho vôa?" A recordação dessa época veio-me ao espírito no dia em que chegou ao Rio a notícia do seu triunfo. O homem vôa, meu caro! Você tinha razão em levantar o dedo, pois acaba de demonstrá-lo voando por cima da torre Eiffel. E tinha razão em não querer pagar a prenda. O Senhor Deutsch paga-a por você. Bravo! Você bem merece este prêmio de 100.000 francos. O velho jogo está em moda em nossa casa mais do que nunca; mas desde o 19 de Outubro de 1901 nós lhe trocamos o nome e modificamos a regra: chamamo-lo agora o jogo do "Homem vôa?" e aquele que não levantar o dedo à chamada, paga prenda.
Seu amigo
Pedro."
Esta carta me transporta aos dias mais felizes de minha vida, quando, à espera de melhores oportunidades, eu me exercitava construindo aeronaves de bambu, cujos propulsores eram acionados por tiras de borracha enroladas, ou fazendo efêmeros balões de papel de seda."
Mas... "Banana voa?"
De coração, o meu agradecimento a todos que participaram e divulgaram o concurso.
Ao Gravatá, pela enorme gentileza com que, prontamente, se engajou na iniciativa e aceitou escolher os vencedores.
Ao Matusca que, atendendo ao pedido da Banana, criou mais uma de suas animações geniais.
E a todos que lutam pela preservação da memória de nossos talentos, aqueles ilustres brasileiros que às vezes são mais reconhecidos lá fora do que em nosso querido Brasil.
Pra começar, o Hai Kai da Banana:
Voando com o 14bis
Petit Santôs
Abalou Paris!
Parodiando Machado de Assis: Aos Vencedores, as Bananas!
1º lugar! Troféu Banana-Ouro! Prêmio: Relógio Dumont.
O avião de Santos risca o céu
Todos apontam o delicado sagre
Alguns dizem que é troféu
Eu digo que é milagre.
2º lugar! Troféu Banana-Prata! Prêmio: Livro Santos Dumont – nº 8.
TODOS OS SANTOS
Pássaro feito de bambu e seda
Leve-me de volta para Minas
Quero impressionar minha vó
Ou pousar no alto da catedral
Para o padre sair abençoando
Ou aterrisar em campo aberto
Bem ao lado de uma mangueira
Para sentir o gosto do Brasil
Pássaro feito de bambu e seda...
3º lugar! Troféu Banana-Bis! Prêmio: Caixa com 14bis, Lacta. :)))
Um juizforano criou
Um mineiro voou
Um brasileiro honrou
Um povo se orgulhou
O mundo se curvou
Dumont, o avião inventou!
Se alguém discordou?
Uma banana ganhou
Menção Honrosa! Troféu Banana-Real – Prêmio Especial Banana&Etc
Alberto Santos Dumont
Sonhava nas nuvens voar
O bravo menino mineiro:
"Haverá de chegar o dia
Em que serei o primeiro"
Algum dinheiro ele tinha.
E inteligência também.
Deixou pra trás as montanhas
Foi sonhar mais além.
E o glorioso dia chegou
Voou no 14-Bis.
O que não fez por aqui
Fez nos céus de Paris...
Adelino – Leitor do blog há 3 anos
Por sugestão do Gravatá, criamos a Menção Honrosa em virtude da criatividade do Adelino. Segundo nosso Mestre, ele poderia até ter vencido não fosse o limite de 8 versos para poesia.
Categoria imagem! Troféu Banana-da-Terra! Prêmio Especial Banana&Etc
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