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Como a crítica falou tão bem e os amigos que assistiram elogiaram, cedi.
Fui assistir ao show do Ney Matogrosso.
Agora, não sei bem se devia. Pra quem já viu vários shows dele...
O show é bom? É. O entorno é que estraga.
As músicas são boas, os músicos são bons, o Ney continua afinado, escolhendo sempre um bom repertório. Já o figurino e o cenário...
O cenário é super simples (pelo que consta foi exigência dele).
O figurino, quando não peca pela falta, peca pelo excesso. O brilho é demais (não me lembro de nada da dobradinha ney-versolato que tenha gostado muito. Nesse caso... achei péssimo. Ainda não entendi o motivo da insistência do Ney). Quando ele tira o “body/macacão” (?) e fica com a “segunda pele” com pinturas imitando tatuagens tribais achei bom, mas quando ele colocou a franja com brilho ... já deixou de ter piada. Ainda mais que a música era um ponto de macumba – mais tribal, mais terra, mais palha impossível.
Depois, fiquei pensando que criticar é sempre muito fácil (crítica descompromissada, é claro). Principalmente quando não se tem que apresentar alternativas. Mas foi só pensar isso e fez-se luz.
Pensando o espetáculo como está construído (embora discorde da proposta se for verdade que ele queria realçar que apesar da idade ele ainda pode ousar, rebolar etc. Então, seria bom mostrar a ousadia, sensualidade e beleza que tem a idade que ele tem agora e não tentar mostrar que ainda tem corpinho de 30 e pode fazer o que fazia) seria fácil chegar a um resultado melhor.
Num dos momentos do show, o pano que faz o cenário “despenca” mostrando um outro cenário. Se fosse eu, aproveita este mote. Faria os múltiplos cenários irem caindo e com isto marcaria as trocas de roupa dele (tirando body em cima de body). E quando fosse a hora de usar a segunda pele tatuada, abusar das palhas e contas coloridas (bastava ele citar o primeiro trabalho solo dele pós secos & molhados. A capa do cd, ops! do LP, é linda, lamento de não ter assistido esse show). Tentando fazer uma alegoria de todas as mudanças/metamorfose que ele já passou.
Pra mim acho que resultaria um espetáculo mais bonito. Não sei para o público...