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Kore
No curso Arte & Cor, o Paulo e a Fal apresentaram, na aula 2 (Grécia), as descobertas (mais ou menos) recentes das cores utilizadas nas esculturas da época.
Teríamos o mesmo senso estético se a "cultura grega" tivesse chegado colorida até nós? Manteríamos o conceito "Clássico"?
Continuo achando que o trabalho com cores exige empenho para se chegar a um equilíbrio.
Nossos olhos sempre procuram a placidez do cinza. É quando conseguimos colocar as cores numa combinação que chegará próximo ao cinza que os olhos se "alegram". Quando vemos o verde ao olharmos para uma parede branca, depois de saturarmos os olhos numa imagem vermelha, é porque os olhos estão buscando o equilíbrio (fenômeno conhecido como pós-imagem - cores complementares).
Cores menos saturadas, mais cinzentas e sóbrias são tidas como mais elegantes, sofisticadas (cultura clássica? Os mármores e calcários?). Eu diria apenas mais sóbrias, menos exuberantes.
Sou do grupo que acha que gosto se discute, afinal, conceitos estéticos nos são impostos.
Em meu TCC, destaquei o que Goethe escreve sobre isso no "Doutrina das Cores":
“Uma pintura pode se tornar facilmente berrante, se as cores são dispostas com toda a intensidade. [...] Se, ao contrário, cores fracas, apesar de destoantes, são colocadas lado a lado, o efeito não dá na vista. Sua própria incerteza é transmitida ao espectador, que por sua vez não tem como elogiar, nem reprovar.” (GOETHE, 1993, p. 150)
Então, a escolha pelo branco, bege, pérola, gelo... reflete um pouco de medo da exuberância e de não conseguir um equilíbrio perfeito. Repetindo Goethe - "Não reprovar", mas, também, "não elogiar". Que fique claro.
Conseguir tal equilíbrio é mesmo complicado. Mas, não tenham medo. Ousem.
Até o clássicos gregos ousavam. rs
Deusa - Templo de Afaia