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Quando da postagem sobre a série Gilmore Girls, comentei da cozinha da Sookie e que eu gostaria, também, de fazer uma decoração em verde-amarelo. Ao que uma amiga (Oi, Terla) disse que iria me indicar a uma destas pessoas "politizadas" com o nacionalismo exacerbado. Como assim? Por que só eles poderiam gostar?
Estas combinações icônicas - verde/amarelo, vermelho/preto, verde/rosa -sempre geram apreensões, pois sempre se imagina a versão conhecida.
O verde/amarelo não precisa cair no verde bandeira e no amarelo ouro, tem variações aí para tirar o ar de bandeira. Veja a cozinha da Sookie [se alguém encontrar uma boa imagem, me envia, sff. Eu tentei, mas titio google não me ajudou nessa.].
Uma mulher vestindo um pretinho básico com uma rosa vermelha na mão não será Flamengo.
E o verde/rosa pode não cair no samba.
Há tempos, uma amiga me chamou pra fazer a decoração da sua sala. Algumas questões se colocavam - o ambiente precisava ser fresco, luminoso e aconchegante.
Com as peças que ela trazia do outro apartamento, o aconchegante ficava contemplado - neste item a cor clara não ajuda muito mas, como os móveis eram de madeira escura, contrabalançavam.
A cor clara resolvia o luminoso e, sendo uma cidade tropical, a opção pelo verde - cor fria - encaminhava o fresco.
Como ela havia passado por um problema sério de saúde recentemente, embora esta não seja a minha linha de trabalho, o verde ainda tinha a opção de escolha por ser uma cor curativa na cromoterapia. Assim, a opção pelo verde ficou definida e eu decidi compor com o rosa (caí na armadilha de que rosa é cor de mulher).
Um dia, a irmã dela me encontrou e questionou:
- Você irá mesmo usar verde e rosa?
- Sim, vamos usar verde e rosa, confirmei.
- Ai, que horror, vai ser Mangueira.
Conhecendo minha amiga e cliente, dei corda, pois sabia que ela não havia contado os detalhes.
E assim foi feito. Pintamos as paredes de um verde água clarinho e compomos com uma faixa de papel no roda-teto com uma estampa floral (mais uma vez o feminino?) em tons de rosa claro e salmão e folhas em tons de verde. Mandamos estofar a poltrona com um tecido rosa seco / bois de rose e o tecido do sofá de uma estampa com rosa também, complementado com almofadas do rosa da poltrona.
A poltrona tem um adendo ótimo, acho eu. Ela a encontrou jogada na rua. E decidimos aproveitar, claro, visto que era uma peça em ótimo estado e original dos anos 50.
Mais um detalhe, ela tinha uma mesinha com base de ferro e tampo de vidro. Como o espaço da sala não era grande e não caberia mesinhas dos dois lado do sofá, coloquei a mesinha na varanda mas, junto ao sofá. Para criar a ilusão de que a mesa dava apoio ao sofá, fazendo a sala parecer um pouco maior.
Assim, acho que consegui fazer uma sala verde/rosa sem que ficasse parecendo a Mangueira.
Inclusive, a irmã achou que ficou bom. ;c)
NB – Se não me engano, não comentei com ela que um dos motivos
da escolha do verde era a saúde - criar um ambiente saudável e restaurador.
Descobrirá ao ler o post. Lógico que o restabelecimento dela se deve
à boa equipe de médicos que a atendeu. Se o verde contribuiu, não sei.
Mas atrapalhar, não atrapalhou, com certeza.
NB2 - o verde era claro, apesar da distorção da primeira foto.