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divulgação - via google
O título é quase uma pegadinha.
É sobre o filme da Netflix e não é exatamente.
Achei o filme bem mais ou menos – não sei se foi a personagem principal narrando a história que não me empolgou. Ou o fato de parecer que queriam ousar e ficaram no meio do caminho. Como não sou conhecedor da obra de Jane Austin, até catei críticas para colher opiniões. As que li, também, não estavam aplaudindo de pé.
O ponto que gostaria mesmo de comentar é sobre a diversidade do elenco. Está no livro? Foi só exigência do momento atual?
Acho importantíssimo a diversidade. E não só na escolha do elenco de filmes.
Só fiquei me perguntando como eram estas relações à época. Com a formação deficiente que temos nas escolas e o apagamento feito da cultura negra e das mulheres, alguns pontos não batem bem.
Tendo sido “formado” também pela visão de Hollywood, onde, por exemplo, Cleópatra era branca de olhos violetas, fiquei me perguntando se o resgate da história não for cada vez mais discutido, se não haverá uma geração imaginando uma harmonia racial em séculos passados a partir dos novos filmes/séries.
Ouvindo o podcast do Mano Brown, a fala do professor Salloma Salomão citando Antônio Pereira Rebouças veio bem a calhar.
Rebouças, filho de um alfaiate português e de uma escravizada liberta, formou-se advogado, foi político e tornou-se conselheiro de Dom Pedro II. Ainda assim não deixou de sofrer racismo.
Então, famílias negras abastadas frequentando a corte e a alta sociedade existiam tanto aqui quanto na Europa, fato que não era apresentado em filmes antigos. Resta agora os atuais apresentarem com mais rigor.
Reforçando. Sou super a favor da diversidade, só não faço parte do grupo que acha que que Seu Jorge não poderia ter feito Marighella por não ter exatamente o mesmo tom de pele, ou que personagens gays e trans só podem ser feitos por gays e trans. Ter artistas (e não só) de várias etnias, raças, gêneros envolvidos em filme com estas temáticas é o mínimo. A obrigatoriedade de atores para determinados papeis, acho que é limitar o talento.
NB – André e Antônio são filhos de Rebouças.
Formados em engenharia fizeram grandes obras.
O túnel que faz ligação do centro e zona norte
a zona sul do Rio de Janeiro recebeu o nome em homenagem a eles.
O fato de serem negros não recebe tanto destaque,
como quando querem falar de marginais.