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Já nem lembro como conheci o trabalho do Heitor. Lampião e Mossoró junto tinha que me chamar atenção. Luciana e "Chuva de bala" explicam. Depois comecei a seguí-lo no tuiti. Perdi o primeiro volume, mas quando saiu a vaquinha para publicar o volume 2 decidi me dar de presente. Escolhi, lógico, o apoio que dava direito aos 2 volumes.
"...de tanto atirar, mais parecia um candeeiro aceso nas escuras noites da caatinga"
Lampião
Heitor Amatsu (Ilustrador, Roteirista) - Carlo Eduardo (Roteirista)
foto by Bob Wolfenson
"Os primeiros anos são fáceis, difícil é perseverar, diz Nina, a heroína de A gaivota. Tchékhov sabia, difícil é se reinventar aos sessenta."
O livro é de 2017, eu ganhei em 2018 e só li agora em 2019.
Achei bem melhor do que o primeiro dela.
Agora, tenho que lidar com a difícil tarefa de se reinventar aos 60. Valeu o toque, Fernandinha.
Kore
No curso Arte & Cor, o Paulo e a Fal apresentaram, na aula 2 (Grécia), as descobertas (mais ou menos) recentes das cores utilizadas nas esculturas da época.
Teríamos o mesmo senso estético se a "cultura grega" tivesse chegado colorida até nós? Manteríamos o conceito "Clássico"?
Continuo achando que o trabalho com cores exige empenho para se chegar a um equilíbrio.
Nossos olhos sempre procuram a placidez do cinza. É quando conseguimos colocar as cores numa combinação que chegará próximo ao cinza que os olhos se "alegram". Quando vemos o verde ao olharmos para uma parede branca, depois de saturarmos os olhos numa imagem vermelha, é porque os olhos estão buscando o equilíbrio (fenômeno conhecido como pós-imagem - cores complementares).
Cores menos saturadas, mais cinzentas e sóbrias são tidas como mais elegantes, sofisticadas (cultura clássica? Os mármores e calcários?). Eu diria apenas mais sóbrias, menos exuberantes.
Sou do grupo que acha que gosto se discute, afinal, conceitos estéticos nos são impostos.
Em meu TCC, destaquei o que Goethe escreve sobre isso no "Doutrina das Cores":
“Uma pintura pode se tornar facilmente berrante, se as cores são dispostas com toda a intensidade. [...] Se, ao contrário, cores fracas, apesar de destoantes, são colocadas lado a lado, o efeito não dá na vista. Sua própria incerteza é transmitida ao espectador, que por sua vez não tem como elogiar, nem reprovar.” (GOETHE, 1993, p. 150)
Então, a escolha pelo branco, bege, pérola, gelo... reflete um pouco de medo da exuberância e de não conseguir um equilíbrio perfeito. Repetindo Goethe - "Não reprovar", mas, também, "não elogiar". Que fique claro.
Conseguir tal equilíbrio é mesmo complicado. Mas, não tenham medo. Ousem.
Até o clássicos gregos ousavam. rs
Deusa - Templo de Afaia
prancha arq. Serlio
Depois de levar um "olé" de um post no "feissy" (copyright Fal Azevedo) fui perguntar para a Ana Paula a respeito e ela me explicou que estava certo e me indicou "A linguagem clássica da arquitetura" - John Summerson.
Nem precisei comprar, pois tenho 3 exemplares. Um que comprei quando pensei em fazer mestrado, um herança do Daniel e um que veio no "pacote" da estante da mãe de uma amiga (Oi, Monix).
Optei por ler o exemplar que era do Daniel que tinha alguns pontos já marcados (facilita a doação dos outros dois). Provavelmente, ele estava preparando uma aula sobre a Grécia.
Na "Essência do clássico" o autor apresenta os modelos de colunas gregas. Sim, aquelas mesmo que vocês viram na escola - Toscana/Dórica/Jônica/Coríntia/Composta. Ele acrescenta à classificação: Sempre se considerou que as ordens tivessem como que uma personalidade. Vitrúvius (Arquiteto/Sec. I a.C.) talvez tenha sido o responsável por isso. Para ele, o Dórico exemplifica a "proporção, força e graça do corpo masculino". O Jônico se caracteriza pela "esbelteza feminina".
Antes de terminar a frase que dizia que o Coríntio - "a figura delgada de um menina" - pensei: Então, a composta só pode ser uma dragqueen. Confiram o capitel em comparação aos outros, please rs
Aí, só pude rir quando na página seguinte tinha a anotação do Daniel:
Obs: As três ordens=discutir o masculino, o feminino e o andrógino.
Hoje, talvez ele usasse queer, naquela época a palavra "da moda" era andrógino.
Ah, um dado, as aulas do Daniel era para o curso de indumentária.
O livro continua. "Houveram outras interpretações. As recomendações de Serlio (Arq. -1475/1554- Renascimento) eram:
a ordem Dórica deve ser usada em igrejas dedicadas aos santos mais extrovertidos (S. Paulo/S. Pedro/S. Jorge), a Jônica para santos mais tranquilos e a Coríntia para virgens (especial Virgem Maria). A Toscana para fortificações e prisões (que é ordem mais atarracada e pesada mesmo).
Debaixo da saia do Papa tem mais coisas do que a gente imagina e a história detalhada traz surpresas.
capiteis
Já diminuiu a enchurrada, mas vou fingir que continua no timing.
Numa "premonição" ele escreveu isso para você ter justificativa para comprar o seu livrinho de colorir.
"Nesse clima de alta voltagem estética, damo-nos conta de que aprender a colorir é abrir as comportas do mundo interior para uma forma superior de comunicação."
O Universo da Cor - p. 121
Pedrosa, Israel
Querendo, pode comprar o livro do Paulo André (Moda - Uma história para Colorir) e aprender um pouquinho sobre moda também, além de ter " uma forma superior de comunicação ".
Desenho colorido pelo próprio autor.
Para vc que gosta de saber das tendências.
Para a Coral a aposta é no Ouro Monarca (não desejei um ano precioso rs). Cores nobres, inacreditávelemente pouco brilhantes e pouco saturadas (com bom pecentual de cinza em toda a cartela). Algumas luminosas.
Já a Pantone vai para passarela. E vc pode desfilar por aí em tons de azuis e rosas - Rose Quartz e Serenity.
Coloque o modelito e faça uma selfie em frente a parede da sala. Tem cobinações boas aí.
Depois do contato inicial - estou ligando porque gostaria de fazer uma obra - vem a definição do que será feito. Seja um projeto de reforma da cozinha, seja um projeto para a casa toda.
Definida a obra, vem a questão mais difícil – o resultado que se pretende.
A pergunta inicial - o que você quer? ou do que você gosta? - embora curtinha, implica uma formulação densa. Às vezes, é preciso tirar a informação a fórceps.
Não raro, não conseguem responder o que querem. A primeira resposta vem com uma solução do projeto - quero um sofá ali, uma poltrona ... a bancada aqui... e por aí vai. Não que isto não ajude a entender o que o cliente quer, mas essas peças naqueles lugares produzirão o efeito final pretendido?
Então, queiram uma casa aconchegante, acolhedora, luminosa, espaçosa, moderna, ousada, requintada, clássica, aberta, armazenadora... pense nos seus desejos. No que vc gosta.
A partir dessa lista vem um segundo ponto. O profissional tentará equacionar o desejo ao espaço existente. Quais desejos cabem ali? quais definirão uma unidade?
Se você está se aventurando a fazer seu próprio projeto, é hora de responder: "Dentre as coisas que vc quer e gosta, o que é adequado e cabe no espaço que vc tem?"
Esses são os dois pontos centrais.
Depois virão questões de estilo, de cor, de aproveitamento de algum mobiliário (ou de todos, talvez). E, logicamente, a distribuição do mobiliário, a escolha dos materiais, a combinação das cores será definida no projeto.
Agora, é achar o conceito que irá nortear todo o projeto.
É para isso que vc está contratando um profissional.
Definido isso, o restante são pontos convergindo para produzir o efeito desejado.
Historinha - quando fui fazer vestibular (enem é uma evolução), na maldade que é ter que escolher,
aos 16/17 aninhos, uma carreira para vida toda, estava eu indeciso.
Arquitetura era a resposta desde criança para a famigerada pergunta
- O que vc quer ser quando crescer?
Quando fiquei indeciso, uma vez, uma tia me disse:
como vc é bom em matemática e gosta de desenho, vc pode ser engenheiro ou arquiteto.
Depois desse dia, a resposta ficou na ponta da língua.
E com uma bela intuição, sempre respondi arquiteto, nunca engenheiro.
Uma outra opção era psicologia. E eu ficava pensando que era incoerente.
Hoje tenho muito claro que no curso de arquitetura deveria ter umas cadeiras de psicologia,
principalmente para quem vai trabalhar com design de interiores
(que, antes, era chamado de decorador mesmo).
O piroso aí foi só por que a Luciana, minha amiga linda e gostosa, que faz doutorado em Lisboa, usou outro dia e ficou em dúvida se a gíria portuguesa equivaleria ao nosso brega. Eu acho que sim.
Então, aproveitando que o brega existe, é engraçado e tem o seu lugar, taquei flores de plástico no banheiro.
Como não queria vizinhos bisbilhotando que shampoo uso e no box não tem um nicho maravilho e não gosto daquelas prateleirinha de vidro, pensei em outras soluções, inclusive em forma de pão siliconada que tem cores lindas, mas... optei pelo bom brega mesmo. Comprei uma jardineira com colunas gregas, que já facilitava por ter furos no fundo para escoar a água, mais flores (pena que na loja as únicas grandes eram brancas) e temos um lindo cestinho para guardar frascos, sem que sejam vistos do outro lado do basculante ;c)
Considerando que é a cozinha é americana, e não é difícil ver a “área de serviço”, decidi tirar a comum cordinha branca do varal e colar uma mais bonitinha, digamos.
E quem olhou só a foto pode até pensar que decidi fazer alpinismo.
eheheheheheheheheheh