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Se no momento estivesse enfrentando o divã. este livro iria render várias sessões.
O livro em questão é "A palavra que resta" [Stênio Gardel] que o Fabi me indicou e a Luciana me deu de presente. Livraço.
Obrigado Fabi pela dica. Obrigado, Lu, pelo presente.
"Escreveu ao lado do nome, o nome dele. ... Seis letras só, mas cabia tanta coisa que era pesado. Feito cruz, começa com 'c' também, como coração e cu." [pág. 13]
Caralho e Cláudio idem.
A maravilhosa e antenada Ju Sampaio me deu um toque (como é uma produção mineira, achei que podia ser um pouco de bairrismo eheheh, mas beagá tem mesmo produzido umas coisas ótimas no últimos tempos) e acabei por entrar na vaquinha de Chicos. Valeu a pena.
"The book" chegou e é maravilhoso. Capa linda, não?
"O Chicos já não é mais o embrião de um ano atrás"... mas, "o projeto ainda é sobre as experiências e sobre como cada um destes participantes se enxerga dentro da própria sexualidade."
A diversidade me agrada.
"Pisamos no mesmo solo, mas o habitamos de forma diferente; as fronteiras do que se diz sobre sexualidade e identidade não cabem em caixas ou pequenos rótulos: 'gay', 'homem', 'mulher', 'feminino', 'masculino'.
É impossível não se identificar.
"A timidez é uma aflição que sempre me acompanhou. Ao lado de uma excessiva autoconsciência, sempre foi uma sensação que me forçou a esconder partes de mim." - Gui
"Eu engordo para não deixar minha barriga tão vulnerável. Quero ela escondida entre camadas gordurosas. ... Quando o cara te vê gostoso na internet, te paquera inbox, te cutuca... Nunca rolava algo a mais, porque o meu ser virtual é bem mais interessante... Mas eu no espaço 'real' sou seboso, com ângulos que não me favorecem e cheio de dúvidas." - A. Martins
Nunca gostei das minhas fotos (exceções a uns últimos cliques generosos de amigos), mas nunca limitei as postagens, pois ou a pessoa não se surpreenderia com o original ou poderia achar menos pior do que o retrato. rs
"Na primeira vez em que me expus pelado, era assistido ao vivo por uma pequena multidão. Homens de meia-idade, novinhos, idosos, casados, solteiros, assumidos ou não - éramos sedentos, trancafiados em uma sauna, meio que no escuro. Naquela ocasião, me surpreendi por não ficar tímido. Era como se, em nome do clima de desejo sexual, não me importasse de enfrentar o maior medo que sempre carreguei: minha própria imagem.
Da última vez em que me expus sem roupa, fiquei nervoso, já que desta vez eu pretendia me exibir de verdade." - Bossuet
Não sei o quanto tem de verdade nessas exposições, mas nesta primeira folheada achei bem legal. Não tem a diversidade de corpos que eu esperava. A maioria se não é o padrão de beleza estabelecido, está muito próximo. Alguns ficam mais à margem, mas nem tão distante. Tem a questão de corpos não perfeitos e corpos em transição - não sei se tem mais, mas vi que tem dois transgêneros.
Embora, ultimamente, esta discussão dos padrões se faça mais presente, contudo, continua lamentável perceber que um movimento que luta pela diversidade seja tão preconceituoso e quer encaixar a todos num padrão de beleza, músculos, roupa de grife e curralzinhos vip. Mas, cada vez mais aparecem os que estão forçando para esgarçar os limites. Um bom assunto para outro post.